Sunday, May 11, 2014

Tales of Symphonia: Dawn of the New World (e seu protagonista irritante)


Mais ou menos uns dois meses atrás comprei o Tales of Symphonia Chronicles, para PS3. Eu gosto bastante da série Tales, apesar de ser um RPG muito, mas MUITO anime, do tipo "nossa amizade pode salvar o mundo", sendo assim já tinha ouvido falar muito bem do Tales of Symphonia, para Game Cube. Como eu não tenho um Game Cube a saída foi apelar para o emulador, mas não ficou lá muito bom e eu jogava bem esporadicamente. Enfim, terminei o Tales of Symphonia, que é realmente muito bom e resolvi jogar a "continuação" logo em seguida mesmo.

Dawn of the New World saiu originalmente para o Wii em 2008, se passa no mesmo mundo do primeiro jogo e todos os personagens do jogo original aparecem e em algum momento entram e depois saem do seu grupo. E esse já é um dos meus maiores problemas com o jogo. Diferente da maioria dos RPGs, nesse você não vai conhecendo os personagens e eles entram para seu grupo, você controla o personagem principal, Emil, junto com ele temos a menininha apaixonada e supostamente super importante, Marta e os outros dois lugares do grupo são para monstros que você forma um pacto, ou se preferir uma analogia com Pokémon, captura. Quando os personagens do primeiro Symphonia se juntam a você eles ficam disponíveis para lutar ao seu lado, mas isso nem sempre é vantajoso. O nível e os equipamentos de todos eles é travado. Eles não ganham experiência alguma e não é possível trocar nem os acessórios que eles usam. Sem contar as Artes (que no original chamavam Techs), que foram bem limitadas em relação ao original.

Então se em determinado momento a Sheena (que é uma das minhas personagens preferidas do primeiro game) entra para seu grupo no nível 34, é no nível 34 que ela vai ficar até sair, não importam quantas batalhas você vença. Vale falar também que vários dos dubladores originais não estão na continuação. Lloyd ficou com uma voz horrível.

O lance de capturar monstros chega a ser bacana, mas pra mim uma das coisas mais legais dos bons RPGs é seu elenco de personagens diferentes e cativantes. Nesse aspecto Tales of Vesperia, Abyss e Phantasia são uns dos melhores da série. Voltando aos monstros, ao final de cada batalha, se você conseguiu atingir alguns requerimentos você pode tentar fazer um pacto com o monstro, se der certo ele entra pro seu grupo e pode ser usado em batalha. Monstros funcionam como personagens normais, exceto que só podem equipar acessórios. Eles sobem de nível, aprender habilidades e Artes, depois de alcançarem um determinado nível e serem alimentados, os monstros podem evoluir (sim), mudando (ou não) de aparência e ficando mais fortes no geral. Algumas evoluções são muito bestas, como só mudar a cor, outras são bem legais, um bom exemplo dos dois casos é o Fenrir, que sai de um lobo marrom, pra um lobo mais avermelhado, pra um lobo enorme azul e badass.

Emil fazendo um pacto com um monstro.
Ainda falando do combate, ele é completamente diferente do primeiro Symphonia, que ainda usava um sistema mais antigo e totalmente 2D. Dawn of the New World usa o sistema 3D, ou seja, você pode se movimentar livremente pelo campo de batalha, isso é bem legal e dá mais liberdade ao jogador, porém Emil é muito "travado" e "pesado" na hora da briga. Cada golpe com a espada dele demora para ser executado e em cada intervalo ele fica aberto a golpes inimigos. Li por aí que ele é melhor no ar do que em terra, pois bem, se você jogar o inimigo pra cima você consegue acertá-lo umas 3 ou 4 vezes no ar antes dos dois voltarem ao chão, até aí tudo ótimo, mas quando você volta ao chão o inimigo não fica paralisado ou sofre um recuo por ter apanhado, não, ele já parte pra cima de você como se nada tivesse acontecido. E se outro espertinho estiver te esperando lá embaixo, pode ter certeza q você vai apanhar bastante. O fato de Emil ser melhor no ar é verdade pois muitas das Artes dele podem ser usadas no ar, mas isso não ajuda em nada o fato de que no momento que você volta pro chão já pode ser punido pelos inimigos.

Agora vamos falar sobre o fator que me levou a escrever esse texto, o protagonista do jogo, Emil. Antes de mais nada, vamos dar uma olhada no protagonista do primeiro Symphonia, Lloyd. Ele é um adolescente não muito esperto, que fica entediado facilmente com tudo, que se irrita facilmente quando falam mal de sua habilidade com as espadas, mas que também se importa muito não só com seus amigos, mas com todos que sofrem e luta por um mundo justo e com igualdade para todos. Lloyd é praticamente o cara que não deixa a peteca cair em Tales of Symphonia, quando parece não haver mais saída, eles diz umas baboseiras bem no estilo anime a-amizade-vence-tudo e se recusa a desistir.
Já Emil, por deus. Emil é um dos protagonistas mais chatos e irritantes que já controlei em um RPG. Ficou órfão depois que seus pais foram assassinados e foi morar com os tios, que odeiam ele, numa cidade onde... bem, todo mundo odeia ele, dizendo que ele dá azar e é por causa dele que o lago da cidade secou os monstros estão atacando. E o que ele faz sobre isso? Deixa os ombros caírem, abaixa a cabeça e sente um perdedor. Pois é o que você é mesmo Emil, um grande perdedor. Após alguns acontecimentos, Emil faz um pacto com um Centurion (uma espécie de espírito que controla monstros de determinados elementos, tipo água, fogo, ar, etc...) e se torna um cavaleiro de Ratatosk, basicamente adquirindo uma segunda personalidade, que é bem mais badass, mas acaba sendo badass demais, chegando ao ponto de ser só escroto. E assim temos um protagonista que quando não está pedindo desculpas por tudo e se perguntando por que é tão fraco e perdedor, está xingando todo mundo.
É difícil gostar de Emil, é difícil se importar com o que acontece com ele. Após algum tempo ele tem um certo desenvolvimento como personagem e o passado dele começa a se desenrolar, mas nem isso empolga, pelo menos não por enquanto.

Não deixe a cara te mal de enganar. Emil é um pé no saco.
Vou jogar Dawn of the New World até o final pra ver no que vai dar, mas se continuar nesse ritmo, Emil com certeza vai entrar pra lista de "personagens de RPG mais irritantes", e não sou só eu que estou dizendo.